---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Domingueira <domingueirapoetica@gmail.com>
Data: 6 de julho de 2014 07:31
Assunto: Chegou a Domingueira poética de 06/07/2014 - O Homero da crônica esportiva + INFORMATIVO da AFPF
Para:
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De: Domingueira <domingueirapoetica@gmail.com>
Data: 6 de julho de 2014 07:31
Assunto: Chegou a Domingueira poética de 06/07/2014 - O Homero da crônica esportiva + INFORMATIVO da AFPF
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Prezadas/os
Pois é, quando não sei o que escrever, costumo pegar emprestado dos outros e compartilho com os domingueiros. Desta vez trata-se de um livro, uma raridade muito apropriada nesses dias de Copa do Mundo, disponível no território livre e sem lei da Internet.
Julgo que me veio em boa hora, pois estamos a dois passos, ou melhor, a dois jogos do céu - ou inferno futebolístico - a coletânea "Nelson Rodrigues - A Sombra das Chuteiras Imortais", organizada por outro brilhante artífice da palavras, o Rui Castro.
Até que não gosta de futebol vai concordar que é uma delícia ler Nelson falando de um tempo onde o futebol era menos isento de "marquetingui", Galvões-Bueno, Cartolas FIFENSES, redes sociais, twitters e outras pobrezas imediatistas.
Abaixo, como aperitivo para aguçar a curiosidade dos domingueiros, um depoimento nas "orelhas" escrito por outro monstro sagrado, o saudoso Armando Nogueira. Confiram.
"Nelson Rodrigues não enxergava direito. De longe, então, eraincapaz de distinguir Fulano de Beltrano. No Maracanã, que deixa otorcedor a léguas do campo, não conseguia ver o jogo sozinho. Tinhaque ter alguém soprando no ouvido dele os lances que a vista curtanão alcançava. E, no entanto, ninguém jamais retratou um jogo defutebol com a dimensão épica que o leitor vai encontrar neste livroorganizado por Ruy Castro com o mesmo rigor e o mesmoencantamento com que se debruçou sobre a vida e a obra desseadmirável artista que conheci tão de perto.Releio, em estado de graça, a prosa poética de NelsonRodrigues, escrita ao longo de vinte anos. São crônicas da época emque o futebol brasileiro foi mais feliz. O livro apaixona. O estilo é, aomesmo tempo, lírico e cortante. Nelson adjetiva a vida e os homenscom uma audácia exemplar.À sombra das chuteiras imortais é a obra sem igual de um cronista que nunca deu a mínima bola para a frígida aritmética do jogo. Na ótica privilegiada de Nelson, futebolsempre foi e há de ser arrebatamento. Paixão avassaladora. Chuteiras sangrando pela doce abstração de um gol.O olhar metafórico de Nelson percorria o campo todo, recriandocada passe, cada drible, cada gol, numa secreta tabelinha comparceiros do imponderável. Era nas entrelinhas desse jogo sempremágico que ele ia buscar seus personagens. A bola que passasse porCastilho não passaria por uma certa alma do outro mundo que ocronista volta e meia escalava para salvar de uma derrota o time doFluminense ou a seleção nacional. Por suas sagradas paixões, NelsonRodrigues encarava Deus e o mundo.Nelson Rodrigues costumava dizer que, como um menino, via oamor pelo buraco da fechadura. Poderia dizer, também, que via ofutebol com os olhos de um iluminado. Todo domingo, ele ia aoestádio, para contemplar os anjos e os demônios da sua devoção. Foiassim, no entardecer de cada jogo, que nasceu À sombra daschuteiras imortais, canto primeiro e único à epopéia do futebolbrasileiro.Nelson é o nosso Homero, sem tirar nem pôr.Armando Nogueira"
Boa leitura. Bom Domingo. Brasil-il-il-il....
PS: Para aproveitar essa remessa, e compensar os que não gostam do gênero, anexei o Informativo da AFPF, que costumo enviar-lhes em separado.
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