Poema, conto e crônica

"Feijão com Arroz": jornal,  jogo e jorro poético de Dalmo Saraiva 

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FOLHAS AO VENTO


Folhas ao vento
Vidas sem rumo.
Desabrigados sem identificação ou registro.
Vítimas das chuvas, famílias aos pedaços.
Parentes perdidos ao leo.
Desolados, os lamentos de filhos, mães.
Água, lama, pedras, enxurrada, da natureza bravia.
Áreas de risco, situação de emergência.
Calamidade pública no Rio em janeiro.
Isolamento, obstruções nas vidas e nas vias.
Comunicações com porteiras fechadas.
Rondam as cidades destruição e morte.
Soterrados ou enterrados?
Futuro arrastado rio abaixo.
Brigados com a paz
sem resgate.
Hoje
são apenas
Folhas ao vento.

Juçara Valverde


13 de janeiro de 2011

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Rio Brasileiro

Rio, você que realça a alma do brasileiro feliz
Que pirraça quem lhe maltrata
Dando a volta por cima a cada manhã
No futebol tua bola que rola
Nos clássicos do Maracanã
Com dribles para sacudir poeira
E tua Madureira a criar samba
Para tua Mangueira tremer
Lá onde Deus pôs seu flho
Na plenitude do topo do morro

Rio brasileiro de São Sebastião
Rio de Janeiro da empolgação
Rio brasileiro do calçadão
Rio de Janeiro cidade nação

Rio, com passistas modistas da fé
E na vida crianças pedindo paz
Santa Tereza tem compasso no pé
Noel em Vila Isabel é só poesia
Das Rosas cheirosas da Lagoa
O carioca malandro escreve sua história
A Candelária protege seus filhos
Tua Barra renova seus estilos
A Guanabara sempre a sonhar
Com peixe limpo no mar
Tua Tijuca bela de gente e floresta
E mulheres vivendo de amor glamour

Rio brasileiro de São Sebastião
Rio de Janeiro da empolgação
Rio brasileiro do calçadão
Rio de Janeiro cidade nação
 
                        Joilson Pinheiro
                in O Veludo e o Espinho
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LOUCO POR MULHER
Conto de Cleusa Sarzedas

Um facho de luz incidia na porta entreaberta, interrompido por sombra que se movimentava. Eu, dentro daquele armário, mal podendo me mexer, vislumbrava um vulto que, a julgar pelo tamanho, parecia-me o maior homem da terra. Cada vez que se aproximava meu coração disparava e me via sendo arrastado e jogado pela janela do vigésimo segundo andar feito um balão, só que com a bucha murcha e acabada. E a sombra ia e voltava aumentando minha agonia. Rezei não sei quantos Pai Nossos e Ave Marias pedindo ajuda aos santos e prometendo nunca mais me envolver com outra mulher além da minha – era seguramente a qüinquagésima promessa nesse sentido –, mas aquela morena era linda demais e quando a vi sentada à mesa daquele bar, tão só, não resisti, me aproximei. Fomos pra sua casa. Assim que tirei a roupa à campainha tocou. Desesperada, ela me pediu.

– Por favor, entre nesse armário. Se te encontrarem aqui nem sei o que poderá acontecer.

– Mas estou nu!

– Não faz mal, isso vai demorar pouco tenha paciência, por favor!

– Está bem... – e entrei no fatídico guarda-roupa abraçado às minhas vestes.

Passou-se não sei quanto tempo. A posição de cócoras provocou câimbras nas minhas pernas e, não podendo me mexer, grunhia feito animal no cio, mas só eu ouvia. Senti algo molhe sob as nádegas.

– Meu Deus! Que vergonha, como sair daqui nessas condições? – com esforço tateei e, ufa! um pano de seda. É melhor relaxar senão as manchetes de todos os jornais dirão “Enfarto mata empresário dentro de um armário e nu”. Minha mulher morreria de vergonha, nunca me perdoaria. Sou um animal. Tentei esticar as pernas, não houve jeito. Passei cuspe em cruz, alguém me ensinou isso, em certa ocasião.

– Quando terminará essa tortura, que horas serão? Já deve estar amanhecendo. Acho melhor tomar uma atitude. Sou um homem, porra, e macho! Senti algo andando na perna – novamente aquela dormência – passei a mão e peguei uma barata. O grito saiu sem que eu sentisse. A porta do armário se abriu e rolei pelo chão do quarto.

– O que é isso? – Ressoou uma voz entre o feminino e o masculino.

– Não sei, deve ser um ladrão.

– Como ladrão! Nu? O que você fez sua infeliz?

– Nada, juro!

Eu, ainda no chão, olhava pasmo para as duas discutindo. A grandona pegou a morena pelos cabelos interrogando-a:

– Onde o conheceu, descarada! Enquanto me mato de trabalhar você traz homem pra dentro de casa, casa que eu sustento sua desavergonhada!

Aproveitei a ocasião, peguei as minhas roupas e saí. Desci as escadas me vestindo. Vinte e dois andares. Passei pela portaria sem olhar pros lados. Na rua peguei um táxi jurando nunca mais olhar nem pra loura nem pra morena. Daquele dia em diante seria fiel à minha mulher. Estava decidido a me comportar.

– Nossa! Que ruiva linda! Motorista, pare o carro.


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CADEIA SEM GRADES

Crônica de Cleusa Sarzedas
 16/03/001

Escolhia tomates maduros no supermercado próximo a minha residência em Copacabana, quando uma mulher aparentando 70 e poucos anos , estatura mediana, cheia de corpo, pele clara, cabelos brancos, dirigiu-se a mim fazendo comentário a respeito dos belos frutos:
—Estes tomates estão lindos! Parecem caquis, não é mesmo?
—Realmente, concordei. A senhora, que não disse o nome, continuou a elogiar os tomates até o assunto descambar para a vida pessoal.
—Sempre venho ao supermercado mesmo não tendo nada para comprar, em busca de alguém com quem conversar, senão, perco o exercício da voz.
—Como assim ? Perguntei, espantada.
A mulher iniciou um rosário de acontecimentos, só faltou poltrona e cafezinho para maior conforto:
—Sou casada há 59 anos e durante esse período só fui ao cinema duas vezes, festa de aniversário e casamento umas três. Quando reclamava, meu marido dizia que lugar de mulher era em casa cuidando dos filhos. Durante a semana ele chegava de madrugada e, aos domingos, descansava enquanto eu cuidava dos afazeres domésticos; pouco conversávamos! Temos dois filhos, um rapaz solteiro que mora sozinho e uma filha casada com três filhos; dois meninos e uma menina; raramente nos visitam. Meu marido sofreu um derrame há quatro anos e está impossibilitado de tudo, quase não fala, quando o faz somente eu entendo. Não tenho contato com vizinhos. A minha única distração é vir, quando posso, ao supermercado e andar um pouco pelas ruas; assistir TV, é...
Interrompi seu desabafo:
—A senhora cuida do seu esposo sozinha?
—Sim, o porteiro do prédio ao lado me ajuda na hora do banho; dou-lhe algum dinheiro, não muito, mas ele o faz com boa vontade, sabe das minhas dificuldades. Não dispomos de recursos financeiros para despesas com acompanhantes. O salário de aposentado é pouco, mal nos sustenta.
—Ele está sozinho?
—Está, não há perigo, ele dorme toda a tarde, quando calmo. Quando está nervoso passa noites e dias inteiros me chamando com gritos incompreensíveis; dou-lhe sedativos receitados pelo médico, que custam a fazer efeito devido ao seu estado debilitado e já saturado de medicamentos.
—Cruz pesada a sua!
—Procuro fazer o melhor que posso e, para aliviar um pouco a tensão, ando nas ruas olhando vitrines, mas a minha necessidade maior é conversar, embora nem sempre encontre pessoas dispostas a me ouvir. Quando isso acontece volto para casa e leio em voz alta. Alguns livros já conheço de cor as histórias e, para me exercitar, assumo a identidade de um personagem que mais me agrade e vivo seu drama ou comédia; parece coisa de doido, mas é assim que consigo superar parte da solidão. As novelas na TV também contribuem. O Cravo e a Rosa de Walcyr Carrasco, exibida na TV Globo, por exemplo, eu era a Neca, empregada do Petruquio.
—Você se identificou com a personagem ou gostaria de estar no lugar da atriz?
—Identifiquei-me com a personagem, mas também gostaria se ser uma atriz. Quando menina fazia teatro no colégio. Cursava o segundo ano do colegial quando encenamos uma peça para jovens. Eu representava uma menina rebelde, totalmente diferente de mim, que abandonou a família em busca da sua liberdade. A peça tinha um fundo musical belíssimo.
—Por que não seguiu a carreira de atriz?
— A família era contra. Dizia que representar não era para moça de família; e também me apaixonei e foi tão intenso que abandonei todos os outros sonhos. Casei-me muito jovem.
—Arrependeu-se?
—Não... a vida nos dá o que merecemos e ademais tivemos uma união, pode-se dizer, feliz.
O gerente do supermercado a todo o momento nos olhava com ares de desaprovação. Os clientes esbarravam na tentativa de nos expulsar do recinto, mas o cafezinho ainda estava quente e a conversa continuou.
—Hoje, procuro superar as dificuldades e peço a Deus nas minhas orações saúde, pelo menos até o desencarne do meu companheiro.
—Por que essa observação? Você tem muita imaginação! Já pensou em escrever um livro?
—Não, nunca pensei nisso. O que faço é única e exclusivamente para afastar os fantasmas da solidão. Não tenho mais nenhum sonho. Estou com 78 anos, o que posso mais esperar? As oportunidades estão sempre relacionadas com a juventude e essa, já se foi.
—A idade não é empecilho, muito ao contrário, ela nos favorece; adquirimos maior discernimento. Escrever um livro é a melhor maneira que conheço para afastar a solidão.
—Você escreve?
—Sim. Escrevo contos e poesias, mas não para afastar solidão e sim porque é muito prazeroso, gosto de escrever.
—Já publicou algum trabalho?
—Somente um livro infantil, com cinco contos. Assim que for possível publicarei os outros. Nesse momento um empregado do supermercado se aproximou pedindo licença rispidamente e despejou uma caixa de tomates no espaço onde já havia muitos. Olhei para o gerente e ele sorriu, zombeteiro. Esse era o seu recado para nos expulsar dali. Também... o café já esfriara.
Despedi-me da senhora cujo sonho de ser atriz estava guardado e desbotado no fundo do seu eu e dirigi-me ao caixa com algumas mercadorias. Enquanto aguardava na fila, voltei-me e a vi remexendo as batatas. Provavelmente procurava outro sofá , um cafezinho mais fresco e ouvidos dispostos.
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JORNAL DOS DIAS
                                    08/09/09

Os jornais dos meus dias
rasgaram-se com o tempo
e as manchetes,
onde estavam os sonhos,
amarelaram.
Colei cada pedaço
querendo revivê-los,
mas quando fui lê-los
só os dias felizes
estavam inteiros.
            Cleusa Sarzêdas


A sua parte

O mundo está em guerra
Qual a sua palavra bélica?
Onde o seu amor emperra?
A guerra começa na sua terra
Na casa do cotidiano
No quintal do seu pensamento
Insano
Depois vira fala
E cresce em ato mesquinho
E você atira sem bala
No inimigo seu vizinho
O mundo está em guerra
Qual o seu verbo que mata?
Qual o seu gesto que enterra?
                             Carmen Moreno 
                                    (do livro Loja de Amores Usados)  



SARAU E COISA E TAL

(Dedicado ao Poesia Simplesmente)
Tem sabor
e é de amor.
Tem sorriso
e paixão.
Tudo com muito astral,
e um jeito muito casual.
Faz a gente repensar.
Faz a gente se amar.
Seja novo ou velho,
gordo ou magro,
homem ou mulher,
estamos todos para o que der e vier.
No sarau, a gente se encanta,
com a poesia que alguém canta.
Mesmo que eu não saiba quem é.
daqui por diante amigo é.
A gente se esbarra em um
e no outro se encontra novamente.
Assim, vamos fazendo uma corrente
e colocando a poesia pra frente.
Em nossos corações
cabem muita gente e poesias mil.
Já não quero mais chorar
pelas rosas de abril.
Quero abrir meu coração
e deixar chegar a paixão,
que é pra quando eu morrer
ter muita gente a declamar
na beira do meu caixão.
Nada de chorar!
Quem nasce poeta,
morre poetando.
Enquanto me houver vida
eu quero mesmo
é estar declamando.  
                            Regina Araujo

ALIENAÇÃO

O viaduto era a sua casa.
Do viaduto, ele tudo via.
Via tudo: o luxo dos ricos
e o lixo dos pobres.
Fama\casa\carro.
Fome fodida\coisa\curra.
Pobre, corra da fome.
Fuja da coisa fundida!
Fundida em lixo, restos e ratos.
Fodida em doença e desespero.
Pobre, curre a fama e a riqueza!
Cobre caro a fome!
Não foge, não curra e não corre,
pois só os ricos correm em seus carros.
Por cima do viaduto, eles correm
e não sabem de suas entranhas.
Viaduto: casa estranha,
entranha pobre e podre.
Do viaduto, ele tudo via.
Todavia, só via.
Sem luta.
                  Laura Esteves



A mochila

Carrego na mochila, entre outros trastes,
três ou quatro verdades importantes.
O resto é de mentiras. São contrastes
que entrego às outras partes contrastantes.
A lira não me vale. São desastres
o que encontro nos outros caminhantes.
Na terra devastada, erguem-se se hastes
das lanças e dos canos fumegantes.
A mochila me pesa. As três verdades
ou quatro, já não sei, não pesam tanto,
mude-se o tempo e mudem-se as vontades.
O que me dói ou pesa, ou o que é um espanto,
é que um modesto grama de inverdades
valha um tonel de torpe desencanto.
                         Reynaldo Valinho Alvarez
                          (poema musicado por Delayne Brasil  no CD Nota no Verso)


COMPOSIÇÃO EM PRETO E BRANCO

fosse a pintura recomposta
com tonalidades preta e branca
para que habitassem, mesmo opostas,
o espaço da tela
fossem as figuras ovaladas,
como as fez um dia mestre Grego
nem tão santas, nem tão profanas,
lado a lado postas
fosse o predomínio do tom preto
como do profundo sobre o plano
para que só uma fresta,
uma réstia de luz se insinuasse,
espécie de anunciação,
às avessas, e queimasse o quadro
com fogo discreto, mas permanente,
e se desse a fuga
por aquela réstia de luz,
na tela sobrasse a ausência
e no canto a assinatura de um poeta
                         Marcus Vinicius Quiroga
                       (Do livro O xadrez e as palavras)

As Mortes

quando o primeiro amor morreu
eu disse: morri
quando meu pai se foi
coração descontrolado
eu disse: morri
depois, a avó do Norte
os amigos da sorte
os primos perdidos
o pequinês, o siamês
morri, morri
estou vivo
a poesia pulsa
a natureza explode
o amor me beija na boca
um Deus insiste que sim
sei não
acho que só vou
morrer
depois de mim
                 Tanussi Cardoso

MOÇA NA PRAÇA

O vento atravessa
a praça
um raio rompe
a carcaça
da negra nuvem
que se esgarça
e a paisagem
se embaça
Mãos se abandonam
sem graça
coração se
despedaça
a moça chora
e disfarça
lágrimas de chuva
inundam a praça

             Silvio Ribeiro de Castro


Canção para um desencontro


Deixa-me errar alguma vez,
porque também sou isso: incerta e dura,
e ansiosa de não te perder agora que entrevejo
um horizonte.
Deixa-me errar e me compreende,
porque se faço mal é por querer-te
desta maneira tola, e tonta, eternamente
recomeçando a cada dia como num descobrimento
dos teus territórios de carne e sonho, dos teus
desvãos de música ou vôo, teus sótãos e porões,
e dessa escadaria de tua alma.


Deixa-me errar mas não me soltes
para que eu não me perca
deste tênue fio de alegria
dos sustos do amor que se repetem
enquanto houver entre nós essa magia.
                                               Lya Luft -  In: Secreta Mirada


Engenhos

Para Márcio Carvalho e Tanussi Cardoso


Há uma terra fértil
nas entranhas deles dois
Um amor que é aragem
aroma que se esparrama
em gomos de afetos
Nas entranhas deles dois
brotam versos
mágicas engrenagens
São engenhos carrossel carruagem
silêncio pegadas miragem
Terra fértil, estes homens
que se doam sem moeda
de cobrança
Moinhos de tenros ventos
semeando verdade e esperança
Nestas veias, um sangue
sem vergonha contagia
quem está perto
Um mar aberto
e, lá no fundo,
a terra fértil
                  Delayne Brasil


Se você me promete

Se você me promete

Um amor de verdade
Eu lhe jogo confete
Por toda a eternidade
Se você me promete
A paixão mais repleta
Eu lhe entrego minhas sete
Vidas de um só poeta
E também lhe prometo
Feito um anjo seguí-la
Balançar o coreto
Da sua vida tranqüila
Se você me promete
Combinar nossos gênios
Eu serei seu valete
Por alguns bons milênios
                   Aldo Medeiros


Motivo



Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
                           Cecília Meireles


AVISO
se tiver sintomas de poema, aguente,
não resgate o orgulho, guarde, quando falar
com os outros, uma distância
de, pelo menos, um metro,
fique em casa, não vá trabalhar, esqueça
rotinas graves, monólogos de rupturas,
a periferia de uma lição integral de intimidade,
não consulte o oráculo, des-
frequente-se a si mesmo, não vá à escola, evite
locais muito populosos e com densidades intrínsecas,
evite cumprimentar com abraços,
beijos, apertos de mão.
se tiver sintomas de poema, apenas informe
o silêncio, que ele saberá o que fazer:
esperará que o poema levante a cabeça
e o decapitará. sem uma palavra.
                                              Sylvia Beirute
                                                           (1984, Portugal)

Poema Inacabado


Brota em minha mão
O poema necessário
Não tanto a flor nos jardins de janeiro
Mas como sede a pulsar no rio novo

O risque-e-rabisque
Fiel depositário não se esquiva
Aqui no canto ainda em branco
Entre nomes telefones e recados
Recebe parte do poema

Na Avenida Atlântica
Entre silenciosos automóveis
E os passos largos na calçada
A outra parte
morre comigo pela tarde
                         Augusto Sergio Bastos

9 comentários:

  1. sou poeta e já escrevir um livro por contra propria, e já estou publicando o meu segundo livro. Gostaria de saber se você poderia me patrocinar, pois tenho um bom publico, mas por estar editando o meu 2º livro não disponho de condicões, para um lancamneto como os meus eleitores gostaria. Por isso estou entrando em contato com você, pois qualquer ajuda será bem vinda. meu nome é Maria de Assis Pinheiro, meu telefone (011) 97918699
    aguardando

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  2. Onde está a Arte de expressão concisa, cadê a poesia vernácula, com compasso musical, versificada simetricamente, escandida com ritmo cesurado, com versos isométricos combinados, metrificados com sílabas fonéticas proferidas em uma única emissão de voz, com medição auditiva, com a sonoridade melodiosa das rimas consoantes, com inversões, com tropos envolventes, etc. Poesia é DOM DIVINO aliado a arte poética perscrutada, estudada no requinte de sua excelência, caso contrário... Perdão! Será qualquer outra arte, menos a Arte da Poesia. Artur dos Santos Saldanha

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  3. Jesus, o Salvador do mundo
    (Mauro Leal)

    A Estrela no céu brilhou
    com todo seu resplendor
    anunciando com grande júbilo
    o nascimento do Salvador

    Foi na Belém tão pequenina que em grandiosa se tornou
    Pois la nascera o Cristo, Salvador, Mestre e Libertador.

    E os reis magos do Oriente olhando para o céu
    um lindo brilho contemplaram
    e o seguiram para adorar o Messias prometido.

    Na manjedoura se prostraram e a Cristo adoraram
    e com ouro, incenso e mirra ao Rei dos reis presentearam.

    E por divina revelação foram alertados
    e por outro lado retornaram
    pois Herodes, rei do Egito, iludido e enfurecido,
    queria O matar, por ter visto cumprido
    o que DELE estava escrito:
    que JESUS NAZARENO, tinha nascido
    para reinar e a humanidade salvar.

    Jesus Cristo Salvador, Rei Glorioso, O GRANDE EU SOU,
    do céu desceu, cresceu, ensinou, reinou
    e o Plano do Pai Eterno com poder e glória anunciou
    e com a sua crucificação, morte e ressurreição,
    nos livrou da cruel condenação,
    nos levando para o Reino da Sua Glória, a eterna Salvação.
    Maranata.

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  4. Respostas
    1. Agradeço o retorno, Nara. E muito bom saber que gostou. Abraços poéticos e musicais.

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  5. Olá, sou escritor e recentemente criei um blog para divulgar alguns textos premiados. Gostaria de estabelecer uma troca de links. Se julgar procedente, aguardo seu contato.
    brasilliteral.wordpress.com

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  6. Olá, sou escritor e recentemente criei um blog para divulgar alguns textos premiados. Gostaria de estabelecer uma troca de links. Se julgar procedente, aguardo seu contato.
    brasilliteral.wordpress.com

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  7. ***Poesia sobre Crônica.
    (Por obséquio, Saudade!)

    Numa dessas minhas imaginações, em que por altivez penso ser um literário poético, exprimindo em palavras coisas que falam mais de quem sou, dando a entender, por incógnitas, sobre minhas imaginações, minhas próprias vontades. Pensei em escrever mais uma vez, poesia solitário.
    Furtei-me a enclausurar num banco de praça, num desses bancos de praças que tem uma mesa e, sobre a mesa, como peça única de um desses artistas rústicos que ninguém lembra quem é mas que o chamam de pedreiro, um jogo de damas. Observei na minha clausura, transeuntes sobre um céu acinzentado que iam e vinham; comércios abertos não me inspiraram muito, principalmente na rua onde estava, não tinham muitos comércios inspiradores. Se bem que comércios não inspiram. Não posso afirmar ser assim verdade, pois *Fernando Sabino se inspirava até dentro de botecos, vai saber!
    De frente a uma padaria... não que eu nunca fora num boteco como Fernando Sabino costumava ir tomar café sabe, não quero me comprometer, mas.... não quero e não vou falar de botecos. Quero e vou falar da minha especialidade em observar sobre minha clausura, poesia solitário.
    Senta-se no balcão, barbudo e de roupas bem simples, um homem com ar de sofredor, aparentava algum conhecimento sobre a vida, sei lá. Pede um pedaço de bolo.
    - Três fatias num único corte, por obséquio!
    Obséquio é termo que não se costuma usar assim, principalmente em balcão de padaria.
    Continuei olhando, como se fosse um analista do comportamento humano pra achar alguma inspiração pra me expor em mais uma das minhas imaginações sobre poesia solitário.
    - Copo de suco, por obséquio! Sem gelo, sem açúcar, somente o sumo puro da fruta, por obséquio.
    Eu tinha quase certeza de que obséquio era termo que pouco se usava, vai saber, ou então, eu era muito mal educado e não sabia, vai saber...
    Olhei meio que disfarçadamente bem dentro dos olhos do barbudo que, ou não me percebeu ou me ignorava. Puxou bem devagar de dentro de um dos bolsos da calsa, algo como uma vela de aniversário e fez que encravasse no meio do grande e único pedaço de bolo. Não acendeu até que o suco estivesse a frente daquela imensa festa preparada.
    Suco pronto.
    - É com gelo né senhor! Grita de dentro do balcão uma voz corrida de quem ainda tinha que fazer outros sucos.
    - ... Com gelo é melhor? Já na dúvida se seria mais agradável.
    - Faça o que for melhor, por obséquio! Por obséquio se aprese.
    Por obséquio, por obséquio, por obséquio...
    Eu devo ser muito sem noção, mal educado e sem cultura, vai saber... Reparou se havia alguém olhando e me viu olhando pra ele...
    - Não como esse bolo todo. Afirmou me chamando pra sentar ao seu lado.
    Eu perguntei já com medo da resposta...
    - ... Então, porque pediu esses três pedaços num corte único?
    O barbudo silenciado, acende a vela sobre o bolo, me passa a faca de corte dizendo que as honras são minhas, olha bem dentro dos meus olhos e como quem parecia me conhecer à fundo. Começa a falar...
    - Por obséquio, saudades!

    Poesia Solitário.
    Bruno Groberio.

    *Fernando (Tavares) Sabino; Escritor poético de contos e crônicas, nascido a 12 de Outubro de 1923 autor clássico de várias literaturas das quais tomo por inspiração, "A companheira de viagem. Da primeira valsa à última crônica, pura como aquele sorriso de 1965"

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