Gazal em louvor de Matriz*
Ouça o carnaval que fiz,
darling, em louvor de Matriz.
─ Poeta de Chiraz, quem é você
que não sabe o que diz.
Pois no mistério do mundo,
meu Deus do Céu, como sou infeliz!
Tantos trastes eu amei,
mas, nenhuma me quis.
E as filhas de Samarcanda,
Mangueira, Estácio e Matriz
só vão mostrar quem faz samba
e rebolar seus quadris.
─ Poeta de Chiraz, teu verso
tuas mulatas e as minhas diz.
*Mosáico, baseado em "Gazal em louvor de Hafiz", de Manuel Bandeira, e "Palpite Infeliz" de Noél Rosa.
Rio de Janeiro, 27 de abril de 2011
Elvé Monteiro de Castro.
Gazal em louvor de Hafiz
Manuel Bandeira
Escuta o gazal que fiz,
Darling, em louvor de Hafiz:
─ Poeta de Chiraz, teu verso
Tuas mágoas e as minhas diz.
Pois no mistério do mundo
Também me sinto infeliz.
Falaste: "Amarei constante
Aquela que não me quis".
E as filhas de Samarcanda,
Cameleiros e sufis
Ainda repetem os cantos
Em que choras e sorris.
As bem-amadas ingratas
São pó; tu vives, Hafiz!
Darling, em louvor de Hafiz:
─ Poeta de Chiraz, teu verso
Tuas mágoas e as minhas diz.
Pois no mistério do mundo
Também me sinto infeliz.
Falaste: "Amarei constante
Aquela que não me quis".
E as filhas de Samarcanda,
Cameleiros e sufis
Ainda repetem os cantos
Em que choras e sorris.
As bem-amadas ingratas
São pó; tu vives, Hafiz!
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