respeitável jornalista Wanderson Nogueira em sua coluna Observatório,
no jornal A Voz da Serra, sobre o Rio Bengalas:
15/04/2012
Observatório - 11/04/2012
Wanderson Nogueira
Rio Bengalas
Após falar do Véu das Noivas na semana passada, hoje destacamos o Rio
Bengalas que já foi assunto muito bem tratado na matéria da colega
Dalva Ventura em edição de A Voz da Serra da semana retrasada. Rio que
corta a cidade, que é presença marcante no hino do centenário de Nova
Friburgo e também em cartões-postais de outrora. Rio que perdeu no seu
trecho mais poético (Centro) as suas margens cheias de mato e que vê
hoje não só o concreto como também as tubulações do tratamento de
esgoto que ficam expostas no seu leito e que prometem limpar o rio em
alguns anos. Nutrimos esperança, ainda que o Bengalas jamais será de
novo o Bengalas conhecido por nossos antepassados. Ficam as pontes que
cruzam caminhos.
Dois poemas do talentoso poeta Paulo Reis chamam a atenção para o tema
que se hoje não demanda tantos debates pelo cansaço próprio da
discussão, ainda é preocupação daqueles que amam a terra.
ALERTA
Como pode o Bengalas
Que em outrora fez correr
No seu leito águas claras
E hoje vive a sofrer.
Pela cidade passa
Esse bem essencial
Admirava a tantos olhos
E hoje até faz mal.
No seu leito os peixinhos
Ornamentavam a cidade
Hoje só tem detritos
Que tamanha crueldade!
Se a consciência tocar
A quem não lhe faz o bem
Os seus olhos hão de chorar
As águas que você não tem.
O mesmo Paulo Reis, em seu outro poema, entra na mente dos peixes que
lá não existem mais e dá bronca na população que é responsável pela
vida da cidade:
CONVERSA DE PEIXE
Não preciso desse sofá velho
com cheiro de bunda suja.
O meu colchão d'água
é bem mais confortável.
Fonte: http://www.avozdaserra.com.br/coluna/31/7880/observatorio-11-04-2012
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Delayne Brasil
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